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Os cupins, também chamados de térmites (do latim, termes = verme), formigas brancas, siriris ou aleluias, são insetos pertencentes à ordem Isoptera (do grego, isos = igual, ptera = asas), onde os alados apresentam dois pares de asas quase iguais. O nome cupim é de origem Tupi e, portanto, genuinamente brasileiro.

Os cupins, assim como as formigas, são insetos sociais, havendo completa interdependência entre os indivíduos. Vivem em colônias organizadas em castas: um par real (rei e rainha) que são os reprodutores (férteis), os operários e os soldados (estéreis). Em uma colônia saudável também se encontram alados, ovos e jovens. Soldados e operários são designados castas neutras por serem estéreis, porém preservam o sexo genético, bem como os resquícios do aparelho genital e das gônadas, correspondentes ao respectivo sexo.

As comunidades de cupins vivem em estruturas especiais denominadas de “ninhos”. O conjunto, comunidade e ninho constituem a colônia.

O ninho é construído pelos operários que utilizam diversos materiais, como madeira, barro, partículas do solo, ou fezes.

A alimentação dos cupins é constituída basicamente de materiais de origem vegetal (celulose): madeira viva, madeira morta em decomposição, herbáceas e gramíneas vivas, detritos vegetais, húmus e solo com vários teores de matéria orgânica, além de fezes (principalmente de herbívoros) e eventualmente partes vegetais vivas, lenhosas ou não (raízes, tubérculos, colmos, frutos, inflorescências). Assim, os cupins classificam-se como herbívoros e decompositores. Entretanto, os cupins urbanos podem atacar materiais de natureza bastante diversa como: gesso, plástico, couro, tijolos, argamassa, mantas impermeabilizantes, etc. Porém, os cupins não se alimentam desses materiais, apenas atacam podendo ou não ingeri-los.

Apenas a madeira e produtos com celulose são alimentos, os outros não celulósicos são eliminados sem serem digeridos. Cabe aos operários buscar, preparar e distribuir os alimentos boca a boca (trofalaxia) para os indivíduos da colônia, resultando em um dos principais fatores para a manutenção da organização social.

Os problemas com cupins vêm crescendo e causando prejuízos econômicos, sentimentais e patrimoniais cada vez maiores em diversas áreas urbanas no Brasil e do mundo. Provavelmente, o impacto ambiental provocado pelo processo de urbanização desenfreado e a alta plasticidade biológica dos cupins têm contribuído para esse aumento.

Os cupins ao se alimentarem, atacam e destroem diferentes tipos de materiais e estruturas presentes nas áreas urbanas, como por exemplo: vigas, caibros, ripas, forros, pisos, rodapés, portais, móveis, instrumentos musicais, livros, obras de arte, postes, mourões, cercas, dormentes, etc.

Os cupins podem atacar uma edificação de várias formas, porém as mais comuns são:

– Através de revoadas;

– Através de madeiras infestadas;

– Através de fissuras, frestas e rachaduras nas edificações;

– Através de árvores infestadas ou cortadas.

 

As principais espécies de cupins consideradas pragas urbanas no Brasil podem ser classificadas de acordo com o modo de construção de seus ninhos em:

Cupins de Madeira Seca

Cryptotermes brevis


Os cupins de madeira seca normalmente encontrados em Brasil são da espécie Cryptotermes brevis.



Esses insetos conseguem se estabelecer diretamente no interior da madeira, não exigindo o contato com o solo ou umidade, como os cupins subterrâneos. Alimentam-se da madeira e constroem galerias no seu interior, de tal forma que as peças severamente atacadas têm suas características mecânicas comprometidas devido aos vazios que se originam no seu interior. São insetos sociais e suas colônias não são tão numerosas como as dos cupins subterrâneos.

Periodicamente, os indivíduos reprodutores alados revoam e procuram atacar novas peças de madeira, ampliando, assim, a infestação.

Cupins de Solo 

Coptotermes gestroi


Os cupins de solo ou subterrâneos mais comuns são da espécie Coptotermes gestroi. São insetos sociais que nidificam no solo e atacam madeiras enterradas ou que mantenham contato direto com o mesmo. Nos centros urbanos essa espécie vem causando muito prejuízo ao homem. Controem seus ninhos em paredes duplas de construção, vãos entre lajes, caixões perdidos, espaços confinados, poços de elevadores, caixas de eletricidade e telefone, sem contato direto com o solo constituídos por fezes, saliva, solo e partículas de madeira. Ataca paredes e pisos, podendo danificar tomadas, interruptores. Seus túneis podem acompanhar falhas na construção, conduítes e fiações elétricas, e alcançar madeiras situadas em pontos isolados do ninho.

No interior do ninho e dos túneis, os insetos conseguem manter o adequado suprimento de umidade necessário para a sobrevivência da colônia, graças ao contato com o solo ou outra fonte de umidade. Eventualmente, colônias podem estar estabelecidas em locais distantes ou isoladas do solo, desde que contenham outra fonte de umidade.

Periodicamente, os reprodutores alados revoam, ocorrendo posteriormente o pareamento dos casais, que procuram fundar novas colônias.


Outras espécies de cupins de solo ou subterrâneos comuns no Brasil pertencem ao gênero Heterotermes. Estes cupins constroem seus cupinzeiros no subsolo, em arvores, no madeiramento estrutural de telhados e em vãos estruturais de prédios históricos. Ocorrem principalmente em ecossistema de florestas, porém em algumas regiões têm-se adaptado bem nas áreas rurais e urbanas. Em cada cupinzeiro podem ser encontrados várias rainhas e reis e centenas de milhares de indivíduos das outras castas, que retiram o alimento da vegetação atacada ou das madeiras das edificações.

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Heterotermes spp.

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Cupins Arborícolas

Nasutitermes spp.

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As espécies do gênero Nasutitermes pertencem à família TERMITIDAE, que é a mais evoluída da ordem ISÓPTERA.

Estes cupins, cujos cupinzeiros pelo formato são chamados de “cabeças de negro”, ocorrem principalmente em ecossistemas de florestas, porém em algumas regiões têm-se adaptado bem nas áreas rurais e urbanas. Em cada cupinzeiro podem ser encontrados mais de 1.000.000 de indivíduos, que retiram o alimento da vegetação atacada, ou das madeiras das edificações, consorciados com outras espécies de Xilófagos (bactérias e fungos) decompositores.

TIPOS DE INFESTAÇÃO

1 – Infestação estrutural

Primeiramente, faz-se necessário esclarecer que infestação estrutural por cupins é aquela que ocorre quando estes insetos formam seus cupinzeiros a partir de madeiras residuais das edificações ou de reformas posteriores, perdidas em vãos (entre lajes, rebaixamentos,…), ou mesmo preenchendo as células dos tijolos, ou ainda abrangendo madeiras e entulhos de enchimento de pisos. Com o decorrer do tempo, geralmente após três ou quatro anos do início da infestação, os operários constroem “túneis” ligando a colônia a outras madeiras (portas, rodapés, mobiliários,…) de onde, escoltados pelos soldados, retiram alimentos e material para ampliação do cupinzeiro.

Sua migração dá-se preferencialmente pelas paredes hidráulicas, paralelamente às prumadas d’água. Avançam também pelo interior de condutos telefônicos e elétricos, sendo que neste último, por danificar o revestimento da fiação, representam risco de curto-circuito. Se necessário atravessarão alvenaria, cortarão manta asfáltica e mesmo as lajes não lhe farão obstáculo. Geralmente, seu ataque é notado nesta fase. Com o passar do tempo, vários cupinzeiros secundários vão se estabelecendo em diversos pontos do imóvel e, se não combatidos, ou combatidos inadequadamente, acarretam ônus de grande monta.

Estes insetos, que datam já como sociedade organizada, de mais de 250 milhões de anos, há muito tempo invadiram o habitat humano. Nas cidades modernas, particularmente nos centros urbanos, a partir do final da década de 60 e início dos anos 70, a qualidade das edificações baixou muito, em função da diminuição dos custos e rapidez nas construções, criando-se então nas edificações, determinadas condições que possibilitaram a extraordinária adaptação e disseminação dessas pragas.

2 – Infestação de solo

É aquela que ocorre quando algumas espécies de cupins constroem seus cupinzeiros no subsolo. Esta espécie forma seus cupinzeiros a partir de resto de vegetação (raízes e troncos), ou madeiras residuais de obras, abandonadas no subsolo, podendo estar localizadas diretamente abaixo da edificação ou no subsolo ao redor da mesma. Em edificações recentes, podem ser precedentes as mesmas.

A dinâmica da infestação de uma edificação por cupinzeiros de solo é a mesma descrita em infestação estrutural, mudando apenas o sentido de progressão (de baixo para cima). Em áreas urbanas da cidade do Rio de Janeiro, há predominância da espécie Coptotermes gestroi e Nasutitermes sp.

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